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Eu acredito…

Crônicas da Ciência Proibida – Parte 1

 


Quando me decidi a escrever isto tomei consciência do que por ai vêm; por um lado as críticas inerentes, por outro a indiferença ou o trabalho de ter de ler um texto enorme. Mesmo assim continuei.
O fenômeno OVNI não é recente; têm décadas de estudo e um sem número de explicações. Depois de ler centenas de livros, de ter investigado casos no terreno (in loco), chego à conclusão que não sei nada sobre o fenômeno. Tenho medo de quem traz a verdade no bolso e muito mais de quem afirma veementemente que sabe a resposta para o fenômeno.
Foi em Jacques Vallée¹ que achei uma linha de raciocínio, um pensamento, um método cientifico lógico, próprio de quem investigou no terreno (in loco) os principais casos e centenas, senão milhares, de passagens desconhecidas. São nesses casos desconhecidos que provavelmente nos devemos concentrar. Mas para tal, há que se levantar o véu daqueles episódios que todos conhecemos. E é por aí, com a companhia de Vallée, que inicio estas crônicas, principalmente porque não há nenhum livro em língua Portuguesa do cientista.
Roswell – A história de Roswell é bem conhecida por todos. Um suposto incidente com um disco voador acontecia em 1947, perto desta pacata cidade dos EUA, no Novo México. Muitas foram as histórias e versões deste incidente e o que aqui vou reproduzir é um ponto de vista que partilho, depois de ter lido Vallée.
Primeiro, um resumo do Incidente Roswell, compilado a partir de escritos do próprio Vallée, além de Joseph Allen Hynek, entre outros:

Roswell, Novo México, julho de 1947

Um disco brilhante foi avistado a voar sobre Roswell, no sentido Noroeste, e um objecto — possivelmente o mesmo — despencou num rancho a 75 milhas a Noroeste da cidade. Seus destroços foram descobertos pelo dono do rancho, “Mac” Brazel, e dois dos seus filhos. Brazel não reportou o sucedido até alguns dias depois, quando se deslocou à cidade.
No dia 7 de julho de 1947 o Major Jesse Marcel, que fazia parte dos serviços secretos da Força Aérea Norte Americana da base local, recuperou parte dos destroços juntamente com outro oficial, de nome “Cav” Cavitt. Uma declaração foi emitida para a imprensa pelo oficial designado para as relações públicas, o tenente Walter Haut, que anunciou a recolha de destroços de um disco voador.
A Marcel foi ordenado que carregasse os destroços num avião modelo B-29 e que voasse até a base de Wright Field, Ohio. O avião fez escala em Forte Whort, onde o General Roger M. Ramey tomou conta da operação. Ele ordenou aos seus homens para não falarem à imprensa e fez publicar uma declaração a relacionar todo o caso com um balão metereológico.
Quase trinta anos depois, os pesquisadores William Moore e Stanton Friedman entrevistaram mais tarde 92 pessoas acerca do caso, incluindo 30 que testemunharam tudo em primeira mão. Jesse Marcel afirmou aos pesquisadores que o material recolhido consistia em pequenos feixes feitos de algo semelhante madeira de balsa, duro, mas fléxivel, e com uma espécie de hieróglifos. Existia também, uma desconhecida substância castanha e uma certa quantidade de um metal brilhante e extremamente resistente. Foi igualmente encontrada uma pequena “caixa-negra”, alguns metros à frente do local da queda.
Noutras versões da história de Roswell, investigadores afirmam que foi encontrado um veiculo oval destruído e 3 ou 4 humanóides, mas algumas milhas à frente do local primário.

O Incidente de Roswell – As reflexões de Jacques Vallée

“Sem dúvida algo caiu do céu em Roswell, em julho de 1947, foi recolhido pela Força Aérea e a história foi efectivamente encoberta. O objecto que caiu em Roswell não foi um balão meterológico. Mas com todas as probablidades não foi um parte de um disco voador também. Existem relatórios consistentes de evidências fortes em Roswell. Elas consistem em algo semelhante madeira de balsa indestrutível, folhas de um material metálico que nada o conseguia cortar e uma pequena caixa-negra. Todas as outras histórias acerca da recolha de um disco intacto e de corpos de alienígenas no chão vieram depois e podem bem ser bastante suspeitas. Bill Moore* em pessoa disse-me que eram bastante questionáveis.
O certo é que a Força Aérea não tinha conhecimento do acidente até ser informada por um agricultor e foi muito rápida na recolha dos objectos, tudo fazendo para manter em segredo o caso assim que soube.
Isto sugere uma variedade de interpretações que não envolvem vistantes espaciais. John Keel, um investigador experiente, acredita que o objecto que despencou em Roswell era um balão FUGO.
Ele declara que centenas de pessoas declararam quedas semelhantes noutras localizações que coincidem com o que foi recolhido em Roswell. Crianças de escolas de muitas áreas foram avisadas para não chegar perto dos balões caso encontrassem algum.
Eu não acho este argumento muito convincente, mas nos dá uma pista para algumas outras possibilidades.
Roswell foi o local da primeira base da Força Aérea equipada com bombas atômicas.
Se um tipo especial de balão ou “drone” — designado para monitorar radioactividade na atmosfera da área — voou sobre o Novo México, esse dispositivo pode bem ter caído durante uma tempestade. Dada a extrema sensibilidade de algo relacionado com a bomba ou com radioactividade na época, então teria sido com alta-prioridade desencadeada uma acção top-secret para recuperar algum dispositivo perdido e tentar explicar de todas as maneiras: como um balão metereológico, como um equipamento de testes de radar e até como um disco-voador acidentado.
Não seria muito difícil colocar um objecto de forma oval no deserto para dispersar as atenções dos destroços reais ou até espalhar uns quantos pequenos corpos a representar alienígenas mortos. A Força Aérea teve vários dias para fazê-lo. Seria a misteriosa “equipe de arqueólogos” que esteve no local quando da chegada da primeira companhia militar de recuperação da Força Aérea (e que nunca mais foi encontrada, apesar de se ter realizado todos os esforços para localizá-los) na realidade pessoas especializadas para “plantar” o disco falso e os corpos falsos a milhas de distância do local primário da queda?
Não me sinto especialmente impressionado que o material encontrado em Roswell fosse forte e quase indestrutível, como foi atestado pelos agricultores locais e alguns militares.
Materiais que podem ser atingidos com um martelo sem se danificar e que, no entanto, mantêm-se flexíveis e não queimam, não estão de maneira alguma além da tecnologia conhecida. Estou aborrecido, contudo, pelos alegados hieróglifos encontrados na madeira de balsa. Poderíamos pensar que a Força Aérea pudesse ter pensado em algo melhor…”


1O Dr Vallée nasceu em Pontoise, França a 24 setembro e 1939. Recebeu o Bacharelato de Ciências em Matemáticas da Universidade de Paris, seguido pelo seu doutoramento em Astrofísica na Universidade de Lille. Começou a sua vida profissional como astronomo do Observatório de Paris em 1961. Foi autor de 4 livros sobre tecnologia de ponta, incluindo “Sistema de Mensagens Informatizadas, Encontros Electrónicos, A Revolução da Rede e No Centro da Internet.
Juntamente com o seu mentor, o astronomo J.Allen Hynek, o Dr Vallée estudou cuidadosamente o fenômeno OVNI durante muitos anos e serviu como modelo de vida real para o personagem intrepetado por François Truffaut no filme de Steven Spielberg “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”. Considerado um dos principais experts na fenomenologia Ovni, Vallée escreveu muitos livros respeitados sobre o assunto.

*O autor Ricardo Britan, de Matosinhos, Portugal, é Formado em Fotografia e Técnicas de Produção Multimídia e moderador do Fórum do Portal/Revista Vigília.

Fonte: Portal Vigília