Seja você cristão ou não, é bem difícil não conhecer a história de Jesus Cristo. Talvez você não saiba detalhes, mas não é preciso neste caso. Jesus veio ao mundo como homem, para viver como homem e vencer as tentações do mundo, para reafirmar a promessa de Deus com os homens. Como tal, ele foi perseguido e castigado pelos romanos. Segundo a bíblia, Jesus foi condenado ao pior castigo daquele tempo: a crucificação.
Para os cristãos, esta não é apenas uma narrativa histórica, mas um fato. Nada do que será dito neste texto tem por finalidade questionar a fé cristã ou menosprezar os textos bíblicos. Para a História, no entanto, são necessárias investigações e evidências de que a crucificação realmente existia naquele período. Isto é, pesquisadores sempre estiveram em busca de evidências que revelassem detalhes sobre essa prática romana.
Em função do tempo passado de lá para ca, não é tão fácil encontrar essas provas. No entanto, isso não desanima milhares de pesquisadores mundo afora. Na Inglaterra, pela primeira vez, esses esforços foram recompensados de forma realmente inquestionável. Pesquisadores encontraram restos mortais de um homem que provavelmente foi vítima da crucificação. Esta afirmação é possível porque foi encontrado um prego cravo em seu calcanhar.
David Ingham e Corinne Duhig explicam que existem muitos sinais de que a crucificação foi real e amplamente praticada pelos romanos, mas faltavam evidências que apoiassem essa suspeita como fato. A descoberta muda tudo nesse aspecto. Os pesquisadores acreditam que o esqueleto tenha pertencido a um homem morto com idade entre 25 e 30 anos, no período de 130 e 360 d.C.
A descoberta foi feita de forma quase acidental, por parte de trabalhadores de construção civil que escavavam a área para uma construção nova. A escavação acontecia na área que, naquele período, pertencia a vila de Fenstanton. O esqueleto foi encontrado em 2017 e as informações foram reveladas depois disso. Depois da descobertas dos restos mortais, o local foi interditado para a escavação científica, que revelou novas descobertas.
No local, os cientistas encontraram mais evidências de uma civilização, como instrumentos e ferramentas de trabalho. Ao que tudo indicava, ali trabalhavam pessoas escravizadas no período. A vila de Fenstanton continha um edifício central com um pátio grande e formal. No local, foram encontrados cinco áreas onde corpos haviam sido enterrados. Pesquisadores acreditam que se tratem de cemitérios.
Os esqueletos encontrados nesses locais foram delicadamente investigados e as descobertas sustentam que tenham se tratado de escravos naquele período. Tratavam-se de 40 adultos e cinco crianças, todas com sinais de uma vida muito duro, com indicativos de doenças e traumas no corpo. Os cientistas foram capazes de encontrar um dos esqueletos em bom estado de conservação, que revelo fraturas nas costelas, possivelmente por golpes de espadas, além de sinais de infecção e inflamações pelo corpo.
O corpo ainda indicava que o homem havia passado muito tempo acorrentado antes de, enfim, ser crucificado. Isso porque os ossos eram mais afinados do que o adequado para sua faixa etária, indicando que algo impediu o crescimento. Este esqueleto continua sendo estudado pelos pesquisadores.