Doze anos depois, os Minions se renovam para não perderem a graça


O meu passatempo favorito ao assistir qualquer filme com a presença dos Minions continua: em uma cena de grande aglomeração desses monstrinhos, sempre olho para o fundo do quadro, com certeza alguma bizarrice acontece naquele momento, em segundo plano.

É com esse charme que os Minions ainda levam crianças e adultos aos cinemas. Depois de um primeiro filme medíocre tendo essas criaturas como protagonistas, mas sem o supervilão de grande coração, “Minions II: A Origem de Gru” consegue resgatar as principais características da franquia: o humor e o “mini-boss”.

A história do filme se passa nos anos 1970, quando Gru ainda é um projetinho de vilão admirando o grupo criminoso “Vicious 6”. Quando essa gangue expulsa o líder deles, Gru vê uma chance de trabalhar com seus vilões favoritos, mesmo tendo apenas 11 anos. Ele, claro, é esnobado, mas não desiste de chamar a atenção do grupo e, para isso, conta com a ajuda dos Minions.

Com um verdadeiro time de estrelas dublando a versão original, incluindo Steve Carell (Gru), Michelle Yeoh (Master Chow), Alan Arkin (Wild Knuckles) e Taraji P. Henson (Belle Bottom), o filme diverte com a animação bem feita e história dinâmica, que desanda apenas no fim do segundo ato, com uma edição que parece doida para terminar o filme.

Porém, é a ótima trilha sonora que funciona como a cereja do banana split. Os artistas St. Vicent, Tame Impala, RZA e Thundercat fazem covers sensacionais de Diana Ross, Earth, Wind & Fire e Lipps, Inc.

Faltou uma música original para entrar na nova década com o pé direito a exemplo de “Happy”, de Pharrel Williams, do filme “Meu Malvado Favorito 2” (2013)? Faltou, mas nada que desanime a experiência de ver as trapalhadas dos Minions.

Se trata de um filme divertido porque consegue balancear o que seus últimos antecessores não conseguiram. O primeiro filme dos Minions, na década de 2020, mostra que o Gru não existe sem seus capangas e vice-versa.

Gru sem os Minions é somente uma figura desajeitada, com um sotaque estranho, e os Minions sem o Gru perdem sua principal essência: a de servir a um mestre, nem que seja do jeitinho deles.

Se a saga dos Minions continuar se reinventando, vamos ter essas criaturas por aí por um bom tempo ainda.

Multiverso dos Minions

Foi em 2010, com o filme “Meu Malvado Favorito”, quando a febre dos monstrinhos amarelos começou. Despretensiosamente, eles foram apresentados como os fiéis e atrapalhados capangas do vilão Gru, personagem imaginado para colher todos os louros da franquia. Depois, tendo em vista a fama e o destaque que os Minions conseguiram, alguns curtas com eles foram feitos e logo veio a continuação de “Meu Malvado Favorito”, lançada em 2013.

O sucesso dos capangas só cresceu e o primeiro longa dedicado somente a eles, “Minions” (2015) foi lançado e, por fim, o terceiro filme de “Meu Malvado Favorito” chegou aos cinemas em 2017, estes últimos com bem menos fôlego do que as primeiras produções da franquia.

Durante os anos 2010, os Minions estavam em todos os lugares. Nas roupas, nos brinquedos, nos doces, nas telas de cinema e, claro, na internet. Tanta exposição e tanto merchandising desgastaram a imagem dessas criaturas, que acabaram ganhando conotação política aqui no Brasil e atraindo uma verdadeira legião de haters.

Porém, antes da pandemia, a propaganda ao redor deles não dava sinais de que ia arrefecer. A campanha de publicidade de “Minions II” começou em 2019, já que o filme estrearia em julho de 2020, mas, com a pandemia, a divulgação diminuiu por alguns meses e depois retornou com força total na tentativa de levar as pessoas de volta aos cinemas.

Esse detox de exposição pode ter feito bem aos Minions que, sinceramente, estão mais engraçados do que nunca.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Doze anos depois, os Minions se renovam para não perderem a graça no site CNN Brasil.