Empresa quer reabastecer satélites no espaço


Quando você olha a foto de um satélite, um elemento geralmente chama a atenção: os painéis solares. O que pouca gente sabe é que não geram toda a energia necessária. Os satélites também têm propulsores a combustão, que servem para manobrá-los (para evitar colisões ou mudar de órbita).

Além disso, os satélites que ficam em órbitas mais baixas costumam precisar de empurrões periódicos. Isso é feito com os propulsores e gasta combustível, que uma hora acaba. Mas a americana Orbit Fab propõe uma solução: postos de reabastecimento no espaço.

Parece uma ideia maluca – mas recebeu investimento da Lockheed Martin e da Northrop Grumman, duas gigantes do setor aeroespacial. A Super conversou com Griffin Noyer, porta-voz da empresa.

Por que os satélites precisam ser reabastecidos? Os satélites usam energia solar para pequenas necessidades, mas ela não é suficiente para mantê-los. Sem correções periódicas, os satélites [de órbitas baixas] iriam perdendo altitude e eventualmente se desintegrariam na atmosfera da Terra.

Para evitar isso, eles se dão um pequeno impulso de tempos em tempos, usando sistemas de propulsão química ou elétrica – que exigem um nível de potência que a energia solar não oferece. Além disso, os satélites geralmente precisam ficar apontados em direções específicas. Para isso, também são necessários impulsos com o uso de propulsores.

Como funcionariam os postos, e quanto eles custariam? Nosso plano é ter depósitos em várias órbitas, de acordo com a demanda. Inicialmente, estamos focados na órbita terrestre baixa [que vai até 2.000 km de altitude e é usada por satélites fotográficos e da rede Starlink] e na órbita geoestacionária [35 mil km de altitude, ocupada por satélites de telecomunicações].

Teremos veículos pequenos e ágeis, que levarão combustível dos depósitos para nossos clientes. No longo prazo, queremos construir depósitos fora da órbita terrestre, para apoiar missões à Lua ou a Marte e a exploração do espaço profundo. Não podemos comentar o custo ou a vida útil dos depósitos.

Em que estágio está o projeto? Em junho de 2021, lançamos nosso primeiro veículo de teste, que transportou uma carga de HTP [um combustível usado por foguetes e satélites]. Não temos planos de comercializá-lo. Estamos usando essa primeira missão como um teste para coletar dados. Esperamos que o lançamento do primeiro depósito orbital ocorra em algum momento de 2023.

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