Sambódromo do Rio se torna patrimônio material e cultural do estado


A poucas horas para o início dos desfiles da Série Ouro, quando a Em Cima da Hora vai abrir as apresentações na Marquês de Sapucaí, na noite desta quarta-feira (20), a Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro se tornou Patrimônio Material do Estado do Rio de Janeiro. A decisão foi sancionada pelo governador Cláudio Castro (PL) e publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado.

Concebido por Oscar Niemeyer, expoente do modernismo e um dos responsáveis pela concepção arquitetônica de Brasília, ao lado do urbanista Lúcio Costa, o sambódromo do Rio de Janeiro foi inaugurado em 1984 e, desde 2021, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional (Iphan).

A proteção dada ao sambódromo foi proposta pelo deputado estadual Dionísio Lins (Progressistas). Para ele, a justificativa é resguardar o ambiente de preservação cultural, de história do samba, da música e do carnaval, além de promover o equipamento público como destino de visitação turística.

“O Sambódromo na verdade é um grande estádio construído com o objetivo de sediar não somente o desfile das escolas de samba, mas também as mais diversas manifestações culturais, levando conhecimento e gerando empregos na cidade”, explica o parlamentar.

A construção do sambódromo tirou os desfiles das ruas do Centro do Rio. As agremiações se apresentavam então em avenidas como Presidente Vargas e Rio Branco O projeto previa que o espaço fosse utilizado o ano inteiro. Embaixo das arquibancadas funcionam salas de aulas de escolas públicas.

Desde a inauguração, o sambódromo passou por modificações. A mais forte delas ocorreu em 2011: a demolição dos camarotes do antigo setor dois, para abrigar novas arquibancadas. A novidade estava contemplada no projeto original de Niemeyer, que precisou ser modificado por conta da fábrica de uma cervejaria que à época funcionava no local.

Reconhecido pelas imagens plásticas da folia, como o Cristo Mendigo de Joãozinho Trinta (Beija-Flor de 1989), o Carro do DNA de Paulo Barros (Unidos da Tijuca de 2013) e a Águia Redentora de Alexandre Louzada (Portela de 2015) e pelas emoções despertadas pela manifestação cultural carioca, o sambódromo abriga também grandes eventos que pouco têm a ver com o samba.

Shows, cultos religiosos e eventos esportivos fazem parte da história da passarela do samba. O equipamento foi sede das disputas de tiro com arco e linha de chegada da maratona durante os Jogos Olímpicos Rio-2016. Durante parte da pandemia de Covid-19, foi também um dos postos de vacinação drive-trhu espalhados pela cidade.

Desfiles de 2022

Beija-Flor e Mangueira são as maiores vencedoras da chamada “Era Sambódromo”, com nove títulos cada uma, seguidas pela Imperatriz Leopoldinense, que soma seis títulos. No entanto, no quadro histórico, a Portela lidera o ranking, com 22 títulos, seguida pelos 20 da verde e rosa e 14 da agremiação de Nilópolis.

A Série Ouro, equivalente à segunda divisão do Carnaval Carioca, começa às 20h, nesta quarta-feira (20), com a apresentação de sete agremiações: Em Cima da Hora, Acadêmicos do Cubango, Unidos da Ponte, Unidos do Porto da Pedra, União da Ilha do Governador, Unidos de Bangu e Acadêmicos do Sossego.

As apresentações do grupo continuam no dia seguinte, com mais oito agremiações: Lins Imperial, Inocentes de Belford Roxo, Estácio de Sá, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos de Padre Miguel, Acadêmicos de Vigário Geral, Império da Tijuca e Império Serrano.

O Grupo Especial terá início na sexta-feira (22), a partir de 21h15, com Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, a atual campeã Viradouro, de Niterói, e Beija-Flor. No dia seguinte, será a vez de Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.

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