John Herdman: técnico veio do futebol feminino e levou o Canadá à Copa


No último domingo, 27, ao golear a Jamaica por 4 a 0, o Canadá garantiu a classificação à Copa do Mundo de 2022 – algo que parecia muito improvável no começo das Eliminatórias, já que a última vez que o país havia conseguido ir a um Mundial foi na edição de 1986, no México, há 36 anos. A façanha canadense tem seus protagonistas, e talvez o principal deles vem de um cenário pouco comum: o técnico John Herdman, que comandou a seleção feminina durante sete anos antes de chegar ao futebol masculino.

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Depois de levar a seleção feminina canadense a dois bronzes consecutivos nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e Rio de Janeiro-2016, conquistar os Jogos Pan-Americanos de 2011 (batendo o Brasil na final) e disputar a Copa do Mundo de 2015, Herdman assumiu a equipe masculina em janeiro de 2018. Desde então, vem trabalhando para elevar o nível da seleção nacional e colocá-la no mapa do futebol, como fez com as mulheres. O técnico conseguiu fazer com que o time chegasse ao octogonal final das Eliminatórias da Concacaf, onde lidera com 28 pontos em 13 jogos, acumulando oito vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, além do melhor ataque e da melhor defesa.

Agora, aos 46 anos, o inglês vai disputar sua primeira Copa do Mundo masculina no Catar e se mostra muito empolgado com o feito. “Ficou bem claro que queríamos ser pioneiros de muitas maneiras, e uma grande parte disso foi criar um novo Canadá como uma nação do futebol”, disse ele em entrevista ao canal canadense TSN. “E sabemos que se classificar para uma Copa do Mundo é a parte mais importante desse evento”.

Herdman chegou a jogar futebol profissional durante a adolescência, mas logo viu que não teria um futuro tão brilhante como atleta. Aos 16, fez um curso para ser técnico. Aos 23, comandou a Brazilian Soccer School, uma escolinha brasileira de futebol na região de Corsett, perto de Newcastle, cidade onde foi criado. Em seguida, começou a treinar os filhos dos jogadores do Sunderland, time do nordeste da Inglaterra, que lhe ofereceu uma vaga como treinador na base.

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Durante o dia, ele estudava Ciências do Esporte, na Northumbria University, e de noite, treinava os garotos da base. Depois de se formar e já ter adquirido boas experiências, em 2006 assumiu o futebol feminino da Nova Zelândia, onde ficou por seis anos, antes de entrar para o comando da seleção feminina do Canadá, em 2011, onde ficou por mais sete temporadas, até chegar ao futebol masculino.

Hoje, Herdman é muito elogiado por ser persistente, cauteloso e articulado em seu trabalho e por ter dado oportunidade a jovens promessas e jogadores de dupla nacionalidade. A falta de relevância histórica do Canadá no cenário do futebol nacional e mundial não é novidade, mas com o bom desempenho da equipe nos últimos anos, a expectativa é que esse quadro mude.

Pelo fato de o país ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2026, junto a México e Estados Unidos, o Mundial do Catar é de extrema importância tanto para o técnico quanto para o elenco, já que será a oportunidade de ganharem mais “casca” e experiência para o torneio que será disputado em casa daqui a quatro anos. E também, claro, para mostrarem que a mudança já está acontecendo.

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