Especialistas explicam como diferenciar resfriado, gripe e Covid-19


Você tem dor de garganta, coriza e dores musculares? Pode ser um resfriado comum, um caso de gripe –ou Covid-19. Todas as doenças apresentam sintomas semelhantes e, às vezes, é difícil distinguir qual é a origem do problema.

Os casos de Covid-19 continuam a se espalhar no mundo à medida que o Brasil avança para os meses mais frios do ano, quando há maior circulação de vírus respiratórios e casos de crises de alergia. Com o avanço da flexibilização de medidas de prevenção, como o uso de máscaras, é importante saber melhor sobre os sintomas de cada uma das doenças.

Por isso, especialistas reforçam a necessidade de vacinação contra a doença e contra a gripe para reduzir o risco de doença grave.

“O importante a lembrar é que uma vacina é como dar um alerta de ‘fique atento’ ao seu sistema imunológico. Portanto, sua capacidade de identificar, direcionar e destruir vírus é muito maior toda vez que tomamos outro reforço da vacina”, disse o médico El Sayed. “Faz sentido que os sintomas sejam mais leves se você tiver sido vacinado”.

Isso não significa, no entanto, que as infecções não devam ser levadas a sério, acrescentou ele, especialmente quando se considera o risco de sobrecarregar os sistemas de saúde.

“Só porque o risco individual de doença grave pode ser menor, isso não significa que, em nível social, a [variante] Ômicron não represente um risco real”, disse ele.

As infecções por Covid-19 podem parecer um resfriado ou gripe. A melhor maneira de saber é fazer um teste, disse a médica Sarah Ash Combs, do Children’s National Hospital.

“Sem fazer um teste, eu diria que é realmente difícil distinguir agora”, disse Combs. “Precisamos tratar os sintomas do resfriado praticamente no mesmo pacote” que a Covid-19.

Quais sintomas observar

Os primeiros sinais de resfriado, gripe e Covid-19 tendem a ser semelhantes, disse El-Sayed. Tanto a Covid-19 quanto a gripe geralmente causam sintomas como febre, fadiga, dores no corpo, dor de garganta, falta de ar e vômitos ou diarreia, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

A infecção por Covid-19 pode ser distinguida, no entanto, pela dor de cabeça e tosse seca que muitas vezes a acompanham. A perda de paladar e olfato, que tem sido o maior sinal de alerta de uma infecção por Covid-19, ainda é um sintoma possível, embora seja menos prevalente agora do que com outras variantes, disse El-Sayed.

“Para as pessoas que estão sentindo fortes dores no peito, principalmente com uma tosse seca que piorou, é quando realmente é necessário procurar atendimento médico”, alertou.

O fator mais importante a considerar é a exposição. “Se você está começando a sentir algum desses sintomas, vale a pena perguntar: ‘Alguém com quem eu entrei em contato foi infectado com Covid?’ Também vale a pena se isolar e fazer um teste rápido”, aconselhou.

Mesmo na fase assintomática, é importante ter cautela e se isolar caso tenha havido contato anterior com algum paciente que testou positivo para a Covid.

“Acho que vale a pena manter uma alta suspeita de que possa ser Covid, considerando que temos a variante Ômicron se espalhando como um incêndio”, acrescentou El-Sayed.

Quando fazer o teste para Covid-19

Muitas vezes, é bom acabar com as suspeitas de Covid-19 fazendo um teste. Se você está sentindo sintomas, agora é a hora de fazer um teste, disse El-Sayed.

Para aqueles que foram expostos, mas não estão sentindo sintomas, existe a possibilidade de que o vírus não tenha replicado o suficiente para aparecer em um teste rápido, explicou ele. Nesses casos, é melhor esperar cinco dias após a exposição antes do teste e permanecer atento.

“Só porque você recebe um teste negativo não significa necessariamente que não é Covid”, disse El-Sayed. “A melhor abordagem é testar e talvez testar novamente em 12 a 24 horas e, se você obtiver dois negativos, pode ter mais certeza de que não é”.

Seja a Covid-19 ou o resfriado comum, sempre é uma boa ideia se isolar enquanto enfrenta uma doença viral, disse ele.

O que fazer se seu filho apresentar sintomas respiratórios

Quando uma família chega ao pronto-socorro com uma criança que apresenta espirros e dor de garganta e pergunta o que é, a médica Sarah Ash Combs diz que não pode ter certeza sem um teste.

As crianças estão sentindo a Ômicron da mesma forma que os adultos, pois os sintomas são muito mais amplos e geralmente mais leves, como um resfriado, disse ela.

Vacinar os filhos contra a gripe é importante para reduzir as chances de ter outro vírus nessa mistura, disse Sarah. Crianças menores de 5 anos ainda aguardam a aprovação da vacina contra a Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, e pela Food and Drug Administration dos EUA, mas as mais velhas podem ser vacinadas para reduzir o risco de propagação e de doenças graves.

À medida que as crianças terminam o ano letivo [nos Estados Unidos], os testes serão essenciais para a proteção contra surtos, disse Sarah.

A boa notícia é que sabemos como gerenciar infecções quando as crianças voltam à escola, disse a médica. Quando não está claro se seu filho foi exposto ou se o teste ainda está pendente, acredita-se que protocolos como o uso de máscaras, higienização, distanciamento e redução de reuniões internas ainda sejam eficazes na redução da propagação, acrescentou.

E saiba que os conselhos podem evoluir com o passar do tempo, advertiu El-Sayed. “Está mudando rapidamente. Estamos aprendendo muito mais”, disse ele.

Cuidados básicos ajudam a prevenir doenças respiratórias

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