O diabetes e a hipertensão são os maiores fatores de risco à saúde no Brasil. O alerta foi feito pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (22), com base em resultados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel).
A publicação do Ministério da Saúde apresenta estimativas sobre a frequência e distribuição sociodemográfica de doenças nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, entre 2006 e 2020.
Além de apresentar indicadores relacionados às doenças e à autoavaliação de saúde, o levantamento permite a implementação e o acompanhamento de políticas públicas para a redução e o controle das doenças crônicas não transmissíveis.
Na edição desta quarta-feira (23) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou quais são as principais complicações associadas ao diabetes.
A doença é causada por uma insuficiência na produção de insulina pelo pâncreas ou pela dificuldade de uso da insulina produzida pelo corpo.
“Nós temos um órgão dentro da cavidade abdominal chamado pâncreas, que tem a função de produzir um hormônio chamado insulina. Nas células, a insulina influencia a entrada da glicose. Então, você come, ingere os nutrientes que são absorvidos no aparelho digestivo, e na corrente sanguínea você tem a glicose, que entra dentro das diversas células do corpo através do trabalho desse hormônio”, explica Gomes.
O aumento da glicose no sangue pode causar danos aos olhos, rins e nervos, além de aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e os derrames vasculares.
“O diabetes não tratado a longo prazo pode causar malefícios para o corpo, como problemas na retina, problemas relacionados ao coração e ao cérebro. Em longo prazo, até amputações podem acontecer”, disse.
Um dos valores de referência que indica o desenvolvimento da doença é o resultado do teste de hemoglobina glicada, capaz de medir os níveis de açúcares no sangue também chamado de índice glicêmico.
“A taxa normal de hemoglobina glicada é de até 5,7% da hemoglobina total, a molécula que carrega oxigênio no sangue. Valores entre 5,7% e 6,5% o indivíduo é considerado com pré-diabetes. Acima de 6,5% é considerado um quadro de diabetes”, explica Domingos Malerbi, presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Diferentes tipos de diabetes
O diabetes é classificado em diferentes tipos (1 e 2), de acordo com a forma de apresentação da doença.
O mais comum é o tipo 2, que compreende cerca de 90 a 95% dos casos. A doença é caracterizada pela má absorção da insulina produzida pelo pâncreas, o que leva a uma dificuldade para manter o açúcar no sangue em níveis normais.
O desenvolvimento da diabetes tipo 1 está relacionado à destruição permanente da maior parte das células do pâncreas que produzem a insulina pelo próprio sistema imunológico do paciente. Quando isso acontece, o órgão passa a produzir pouca ou nenhuma insulina. Em geral, o tipo 1 atinge crianças, adolescentes e jovens adultos.
Como prevenir o diabetes
Assim como no caso da hipertensão, fatores comportamentais têm importante papel no surgimento do diabetes. O neurocirurgião Fernando Gomes alerta que a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar a prevenir a doença.
Comer diariamente verduras e legumes, reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras, parar de fumar, manter o peso controlado e praticar exercícios físicos regularmente são as formas mais eficazes de se combater a doença.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Entenda as complicações do diabetes, um dos principais fatores de risco à saúde no país no site CNN Brasil.