Vacinas são eficazes na prevenção de doença grave e morte contra Ômicron, diz diretora da OMS


A perda de efetividade das vacinas contra a Covid-19 em uso no mundo é uma das principais preocupações com o surgimento de novas variantes do coronavírus. A variante Ômicron, identificada em novembro de 2021, apresentou uma capacidade de infecção tanto de pessoas que já tiveram a doença como de indivíduos vacinados.

No entanto, embora a cepa tenha causado aumentos expressivos no número de casos em vários países, incluindo o Brasil, os índices de internação e de óbitos não acompanharam o mesmo ritmo de crescimento.

A diretora técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) Maria Van Kerkhove afirmou em entrevista ao podcast “Science in 5”, da OMS, que as vacinas permanecem “incrivelmente eficazes na prevenção de doença grave e morte, inclusive contra a variante de preocupação mais recente, Ômicron”.

A diretora destacou que a OMS está trabalhando com oficiais de vigilância, autoridades em saúde pública e especialistas em todo o mundo para rastrear o vírus.

“Existem cinco variantes que a OMS classificou como variantes de preocupação em nível global. A mais recente é a Ômicron e, de fato, estamos seguindo várias sub linhagens da Ômicron. Você já nos ouviu falar sobre BA.1 e BA.2. Existem outras sub linhagens que estão circulando também”, disse.

Segundo ela, a Ômicron é, de fato, mais transmissível que as demais variantes de preocupação, incluindo a Delta.

“A BA.2, das sub linhagens, é ainda mais transmissível que B.A.1. Também estamos analisando a gravidade e analisando se essas variantes de preocupação estão causando doenças mais ou menos graves. Agora, sabemos que a Ômicron é menos grave em comparação com a Delta, a outra variante preocupante que estava circulando”, disse.

Desafios

A diretora técnica da OMS ressalta que, no terceiro ano da pandemia, a manutenção dos sistemas de vigilância se impõe como um desafio.

“Manter a vigilância, acompanhar os testes e garantir um bom rastreamento desse vírus em populações de risco, pessoas com mais de 60 anos, pessoas com condições subjacentes, pacientes imunocomprometidos, para garantir que estamos realmente entendendo como e onde o vírus está se espalhando é realmente crítico”, alertou.

Para Maria, a testagem e o sequenciamento genético do vírus ainda são estratégias fundamentais para o controle da pandemia. “Não só precisamos melhorar o acesso às vacinas, como você nos ouve falar muito, também precisamos manter os serviços de saúde pública como vigilância, testes e sequenciamento”, disse.

Segundo a OMS, os resultados dos testes de sequenciamento são utilizados para o monitoramento de mudanças no vírus, refletindo em medidas sanitárias e na investigação dos impactos das mutações para antivirais, vacinas e testes de diagnóstico.

Cuidados básicos ajudam a prevenir a Covid-19

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