Dor pela perda e separação afeta saúde mental de refugiados, diz psicóloga
A guerra na Ucrânia já provocou a fuga de mais de mais de três milhões de pessoas do país desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro. As informações foram divulgadas pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta semana.
Em entrevista à CNN, a psicóloga da Organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), Julia Bartsch, destacou que, diante do momento de incertezas vivido pela guerra, os refugiados enfrentam dificuldades que podem levar ao desenvolvimento de quadros de depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático.
“As primeiras coisas que vão afetar essas pessoas são justamente essa dor pela perda daquilo que ela deixou para trás e também por conta das pessoas, das separações. As crianças vão ficar especialmente afetadas”, afirma Julia.
Ela lembra que, neste momento, a maior parte dos refugiados é de mulheres e crianças, devido às restrições impostas pela Ucrânia, que impedem que homens entre 18 e 60 anos deixem o país.
Segundo a psicóloga, a acolhida logo nos primeiros momentos após a fuga contribui para minimizar os impactos para a saúde mental a longo prazo.
“Vamos encontrar ansiedade, depressão e, se não houver um primeiro cuidado, o que se chama de estresse pós-traumático, justamente por que a pessoa não teve aquele cuidado inicial. Ela vai ter questões ligadas a problemas com sono e de alimentação, quando falo em alimentação é a questão com o apetite”, diz.