As forças de ocupação da Rússia estão planejando realizar um “pseudo” referendo na cidade portuária de Kherson, no sul da Ucrânia, para criar uma nova região separatista, disse o vice-chefe do conselho local neste sábado (12).
“A criação [da república] transformará nossa região em um buraco sem esperança, sem vida ou futuro”, disse Sergey Khlan em um post nas redes sociais.
As forças russas capturaram Kherson após o início de uma invasão em 24 de fevereiro, mas manifestantes pró-Ucrânia tomaram as ruas da cidade para protestar contra a força invasora.
O prefeito da cidade, Ihor Kolykhaiev, declarou na quarta-feira (2) que os militares da Ucrânia não estavam mais na localidade e que seus habitantes deveriam agora cumprir as instruções de “pessoas armadas que vieram para a administração da cidade”, indicando um controle da Rússia.
Kherson é uma cidade estrategicamente importante em uma enseada do Mar Negro com uma população de quase 300 mil habitantes.
O controle de Kherson foi considerado um momento significativo no conflito, pois representa a primeira grande cidade da Ucrânia tomada pela Rússia.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)
Este conteúdo foi originalmente publicado em Rússia planeja “pseudo” referendo de independência em Kherson, diz oficial ucraniano no site CNN Brasil.