Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave continuam crescendo entre crianças


A edição do Boletim InfoGripe desta quarta-feira (9) aponta que, apesar da manutenção do cenário de queda na população em geral, a incidência de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em crianças apresenta ascensão significativa em diversos estados ao longo de fevereiro.

Até o início desse mês, as crianças de zero a quatro anos apresentavam a maior incidência entre a população abaixo de 40 anos.

As faixas etárias de 60 anos ou mais se mantém como os grupos com maior registro semanal de casos e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19.

A análise feita no período de 27 de fevereiro a 5 de março destaca que a curva nacional mantém sinal de queda nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas).

O estudo indica ainda o vírus SARS-CoV-2 se mantém predominante entre os resultados laboratoriais positivos para vírus respiratórios em todas as faixas etárias analisadas.

Segundo o levantamento, nenhuma das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana acompanhada.

No entanto, quatro apresentam indícios de crescimento apenas na tendência de curto prazo: Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo e Sergipe. Com exceção de Roraima, que apresenta estabilidade na tendência de longo prazo, todas as demais 26 unidades da federação mostram um sinal de queda.

Com relação às capitais, nenhuma apresenta sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana em questão. Em apenas seis, foi observado indício de crescimento somente na tendência de curto prazo: Boa Vista (RR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Teresina (PI) e Vitória (ES). Com exceção das capitais Boa Vista (RR), Fortaleza (CE) e Vitória (ES), que apresentam sinal de estabilidade na tendência de longo prazo, todas as demais apontam queda.

Dados referente às últimas três semanas apontam para um cenário majoritariamente de estabilidade, sugerindo possível desaceleração ou interrupção da tendência de queda.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, explica que alterações no comportamento de longo prazo como, por exemplo, o uso da máscara de proteção, necessitam de uma interpretação cautelosa à luz de eventuais oscilações no número de casos.

“Em situações como essa, o recomendável é que eventuais novas medidas que estejam em planejamento à luz da tendência de queda sejam suspensas para reavaliação da tendência nas semanas seguintes. Já na tendência de crescimento no longo prazo e sinal de estabilidade ou queda no curto prazo, o princípio da cautela e minimização de risco recomenda que eventuais medidas associadas a tendências de queda sejam tomadas apenas quando a tendência de longo prazo também indicar queda”, comenta.

Sobre o uso da máscara de proteção, o especialista defende seja mantido em locais fechados, especialmente por conta do cenário entre as crianças, que ainda não completaram o esquema vacinal contra a Covid-19.

“Claro que depende muito da avaliação da realidade de cada município e das regiões de influência, por conta da mobilidade urbana, seja para trabalho ou lazer. Mas o ideal é que não se descarte o uso da proteção individual em locais fechados” – recomenda o pesquisador.

Casos de SRAG

Já foram notificados, no ano epidemiológico 2022, 85.617 casos de SRAG, sendo 51.024 (59,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 20.913 (24,4%) negativos, e ao menos 8.913 (10,4%) aguardando resultado laboratorial. Nas quatro últimas SE, a prevalência entre os casos positivos foi de 0,7% Influenza A, 0,1% Influenza B, 5,2% vírus sincicial respiratório, e 87,4% Sars-CoV-2.

Óbitos por SRAG no país

Em 2022, já foram registrados 17.421 óbitos por SRAG, sendo 14.341 (82,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.273 (13,0%) negativos, e ao menos 397 (2,3%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 4,1% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,2% vírus sincicial respiratório (VSR), e 94,4% Sars-CoV-2. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 0,4% Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,3% vírus sincicial respiratório (VSR), e 97,3% Sars-CoV-2.

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