Rússia e Belarus vão continuar com testes de pronta resposta militar, diz ministro


O ministro da Defesa belarusso disse, neste domingo (20), que as tropas da Rússia e de Belarus continuariam com os testes de prontidão militar após a conclusão de exercícios militares conjuntos, implicando que as forças russas estenderiam sua estadia em Belarus.

Em um comunicado divulgado pelo exército de Belarus no Telegram, o ministro da Defesa, Viktor Khrenin, afirmou que “os resultados preliminares do exercício conjunto ‘Allied Resolve-2022’, conduzidos como parte de uma checagem de forças da união, foram concluídos”.

“Em conexão com o aumento da atividade militar perto das fronteiras de Rússia e Belarus e o agravamento da situação em Donbas, os presidentes de Belarus e da Rússia decidiram continuar checando as forças de resposta”, complementou o comunicado.

“Em seu curso, as etapas da defesa que não foram cobertas com tal grau de detalhe pelas questões de treinamento do período de verificação anterior, serão cuidadosamente trabalhadas. Em geral, seu foco permanecerá inalterado – é projetado para assegurar uma resposta adequada e uma desescalada dos preparativos militares por aqueles que nos desejam mal perto de nossas fronteiras comuns”.

Khrenin não deu informações específicas sobre a localização dessas checagens de prontidão, mas os exercícios da aliança começaram em território belarusso no dia 10 de fevereiro.

Cidadãos pró-Rússia realizam evacuação em cidade separatista no leste da Ucrânia

Análise: “a Rússia é capaz de tudo”

Conforme os líderes globais expressam preocupação com uma possível invasão russa da Ucrânia, o analista de assuntos globais e membro sênior do Conselho do Atlântico, Michael Bociurkiw, disse que o presidente russo Vladimir Putin estava ponderando “muitos fatores”.

Ao comentar sobre os recentes confrontos ao longo da fronteira ucraniano-russa com o aumento dos bombardeios dos separatistas apoiados pela Rússia, Bociurkiw disse que tinha um “sentimento realmente horrível” sobre se os confrontos poderiam desencadear um conflito potencial, balizado por suas próprias experiências para a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

“Eu já estive do lado rebelde, já olhei nos olhos deles como parte da OSCE. Eles são capazes de tudo. Eles não têm moral, eles até matarão seu próprio povo, se necessário. O que eles estão fazendo, é o livro de brincadeiras russo, evacuando pessoas, dizendo que os ucranianos estão prontos para atacá-los. E então eles usarão isso como um pretexto para construir ainda mais este conflito”.

A ideia de que a Rússia poderia criar uma narrativa de um ataque iminente da Ucrânia e usá-la como pretexto é agora generalizada, com a inteligência dos EUA alegando que a chamada operação de “bandeira falsa” poderia envolver um vídeo “gráfico” de propaganda.

“O Ocidente, neste momento, a única coisa realmente poderosa que eles têm em seu arsenal neste momento são as sanções”, disse Bociurkiw a Michael Holmes, da CNN, na cidade ucraniana ocidental de Lviv.

Bociurkiw disse que concordava com as observações feitas pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que disse à âncora da CNN Christiane Amanpour, na Conferência de Segurança de Munique, que possíveis sanções contra a Rússia deveriam ser tornadas públicas.

“Não creio que os russos estejam levando isto muito a sério”, disse ele. “Portanto, estou me inclinando para Zelensky dizendo que talvez algumas dessas sanções devam ser liberadas agora mesmo, especialmente, por exemplo, levantar aqueles vistos de ouro que tantos russos ricos obtiveram no Reino Unido, coisas assim. Esse tipo de coisa teria impacto imediatamente para Putin”.

Falando na conferência de segurança no sábado (19), a vice-presidente americana Kamala Harris advertiu a Rússia de custos “significativos e sem precedentes” se eles invadissem a Ucrânia, jurando que haveria uma resposta “rápida, severa e unida”.

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