União Europeia condena uso de armas pesadas pela Rússia no leste da Ucrânia


A União Europeia solicitou que a Rússia diminua sua escalada de ataques, retirando substancialmente as forças militares que estão na fronteira com a Ucrânia e destacou o “aumento das violações do cessar-fogo” ao longo da linha de contato no leste ucraniano nos últimos dias.

“A UE condena o uso de armamento pesado e bombardeio indiscriminado de áreas civis, que constituem uma clara violação dos acordos de Minsk e do direito internacional humanitário”, diz o comunicado.

A declaração elogiou a “postura de contenção da Ucrânia diante de contínuas provocações e esforços de desestabilização” e expressou preocupação com “eventos encenados” que, segundo a UE, poderiam ser usados ​​como “pretexto para uma possível escalada militar”.

O posicionamento vem depois das autoridades ucranianas levantaram preocupações sobre as “provocações” esperadas em regiões separatistas no leste do país, dizendo esperar que a Rússia esteja envolvida em operações na região.

Na última sexta-feira (18), Oleksiy Danilov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, afirmou que as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk alegaram que as forças ucranianas lançariam uma ofensiva contra elas – algo que Danilov chamou de “completamente falso”.

Danilov falou logo depois que uma explosão em Donetsk destruiu um veículo perto da sede do governo local. A causa da explosão não foi esclarecida.

“Existe um grande perigo de que os representantes da Rússia que estão lá provoquem certas coisas. Eles podem fazer coisas que não têm nada a ver com nossos militares”, explicou.

“Não podemos dizer o que exatamente eles vão fazer, se vão explodir ônibus com pessoas que devem ser evacuadas para a região de Rostov ou explodir casas, não sabemos”, justificou, sem fornecer qualquer evidência dos planos referidos.

Também na sexta-feira, os ministros das Relações Exteriores da Alemanha e da França disseram não ver “nenhuma base” para a alegação de Donetsk, alertando que “incidentes encenados podem ser usados ​​indevidamente como pretexto para uma possível escalada militar”.

A organização também disse estar testemunhando “esforços de manipulação de informações” intensificadas e expressou apoio à Missão de Monitoramento Especial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, pedindo que a missão seja autorizada a cumprir seu mandato sem quaisquer restrições. “A UE não vê motivos para alegações provenientes das áreas não governamentais controladas das regiões de Donetsk e Luhansk de um possível ataque ucraniano”, afirmou.

As áreas controladas pelos separatistas na região de Donbas, na Ucrânia, são conhecidas como República Popular de Luhansk e República Popular de Donetsk. O governo ucraniano em Kiev afirma que as duas regiões estão, de fato, ocupadas pelos russos.

As repúblicas autodeclaradas não são reconhecidas por nenhum governo, incluindo a Rússia. O governo ucraniano se recusa a falar diretamente com qualquer uma das repúblicas separatistas.

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