O preço das ações de uma empresa pode influenciar o valor do produto que ela vende?


Resposta curta: não. Resposta longa: uma ação funciona como se fosse um ticket que te dá o direito a uma parcela do lucro de alguma empresa. Funciona assim: uma companhia que precisa de dinheiro para investir no próprio negócio pega e vende uma parte de si mesma na forma de ações.

A Petrobras, por exemplo, está dividida em 13 bilhões de ações. 4,8 bilhões estão sob custódia do dono, o governo. O resto foi vendido no mercado em eventos de “capitalização” (grosso modo, quando o dono pega algumas das ações que tem guardadas e vende para pessoas comuns). O último desses eventos aconteceu em 2010.

Por que o valor da ação da Petrobras (e de qualquer outra empresa) varia todo dia, então? Porque essas ações que foram vendidas nos eventos de capitalização circulam no mercado. Todo dia existe alguém achando que fez um mal negócio ao comprar as ações, que poderia ter investido melhor o dinheiro. Esse alguém, então, coloca as ações à venda.

Isso acontece diversas vezes por segundo. Se tem muita gente que pensa diferente desse alguém, ou seja, que acha uma boa comprar um ticket que dá direito a uma parcela dos lucros da Petrobras, as ações à venda entram em leilão. Quem dá mais leva.

Digamos que colocaram uma ação da Petrobras à venda por R$ 30,54. Se ao fim do leilão levou quem deu um lance de R$ 30,57, esse será o novo preço da ação. Esses leilões também acontecem várias vezes por segundo – o sistema da bolsa gerencia as os lances e fecha os negócios automaticamente pela maior oferta de compra que houver a cada instante. Se tiver mais gente vendendo do que comprando, o leilão rola ao contrário. Você coloca para vender a R$ 30,54 e só aparecem ofertas a no máximo R$ 29, por exemplo.

São esses movimentos que fazem o preço de uma ação variar. E, como você pode ver, isso não tem relação alguma com os preços dos produtos que uma empresa vende ou deixa de vender. Cada negócio no seu quadrado.

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