Podcast da CNN revisita Semana de 22, legado e rumos do modernismo no país


No mês que marca as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a CNN Brasil apresenta o podcast Semana de 22 – Bem mais que o modernoso. A repórter e apresentadora Paula Martini comanda uma viagem no tempo e uma reflexão sobre o legado do movimento cem anos depois.

Em cinco episódios, o podcast revisita o passado e questiona o impacto dele no presente e no futuro da cultura no país. O título da série, que inclui o verso de um samba de Aldir Blanc, Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila, é um convite para se pensar sobre tradição e moderno além de disputas simplistas reproduzidas ao longo dos últimos anos.

Confira abaixo um resumo de cada episódio do podcast:

#1 – Uma viagem no tempo

O primeiro episódio apresenta uma contextualização da cultura brasileira em meio às transformações sociais e políticas do século 20. A cultura brasileira sofria forte interferência do que era produzido na Europa – assim como a vida nas cidades, em franco processo de urbanização. As comemorações pelo Centenário da Independência do Brasil incentivaram um grupo de artistas de São Paulo a pensar em um movimento organizado pelo desenvolvimento de uma arte mais livre e independente.

#2 – Tour no Municipal

“A semana que não terminou” durou, na verdade, apenas três dias. O segundo episódio leva o ouvinte a revisitar as 100 obras expostas no saguão do Theatro Municipal de São Paulo e as conferências apresentadas no palco e nas escadarias, relembrando as impressões da crítica e da imprensa na época.

#3 – Mulheres modernistas

A vanguarda artística brasileira contou com uma inédita participação de mulheres. Tarsila do Amaral e Anita Malfatti seguem eternizadas no retrato predominantemente masculino do movimento modernista. Mas nem mesmo o protagonismo nas artes plásticas livrou as pintoras de estereótipos sobre o papel da mulher na sociedade.

#4 – Modernismo: pra quem e por quem?

O que é moderno? O que é arte? O que é brasileiro? Na primeira fase do modernismo, as discussões foram protagonizadas por pessoas brancas, herdeiras dos barões do café. O Brasil dos anos 1920 era um país ainda rural, mestiço e que tinha abolido a escravidão há menos de 40 anos. Pelas lentes de hoje, a procura pela “alma brasileira” alçada por artistas que tinham pouco contato com a população periférica pode ser interpretada, segundo pesquisadores, como folclórica e até como uma apropriação cultural.

#5 – Rupturas e legados

O episódio final conta que as divergências sobre os rumos da estética brasileira causaram uma série de rompimentos após a Semana de 22. O desentendimento no campo intelectual transbordou para a relação pessoal e ainda determinou o destino político dos primeiros modernistas. O apagar das luzes aconteceu em meio a uma crise global e ao fim da Primeira República no Brasil. Mas o legado permanece. Para amar ou odiar, esse é mais um aniversário da Semana de Arte Moderna que não passa despercebido.

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