Em demonstração de unidade, Putin e Xi pedem que Otan suspenda expansão


O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, fizeram um apelo para que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) interrompa a expansão durante uma reunião na sexta-feira (4) enquanto a Olimpíada de Inverno de Pequim tem início.

O apelo foi divulgado em um comunicado conjunto divulgado pelo Kremlin, de Moscou.

A cúpula dos dois líderes, realizada no dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, marcou mais um passo no que se tornou uma parceria cada vez mais estreita entre Pequim e Moscou, à medida que as relações com o Ocidente se deterioram para ambos.

De acordo com uma versão em inglês do comunicado de união divulgado pelo Kremlin, os dois países “acreditam que certos Estados, alianças e coalizões militares e políticas buscam obter, direta ou indiretamente, vantagens militares unilaterais em detrimento da segurança de outros.”

A Rússia e a China também “se opõem a um maior alargamento da Otan e exortam a Aliança do Atlântico Norte a abandonar as suas abordagens ideologizadas da Guerra Fria, a respeitar a soberania, a segurança e os interesses de outros países, a diversidade das suas origens civilizacionais, culturais e históricas, e a exercer uma atitude justa e objetiva em relação ao desenvolvimento pacífico de outros Estados”, disse o comunicado do Kremlin.

Uma leitura da mídia estatal chinesa Xinhua disse que os dois líderes “tiveram uma profunda e completa troca de pontos de vista sobre as relações China-Rússia e uma série de questões importantes relacionadas à segurança e estabilidade estratégica internacional”, mas não fizeram menção direta à Otan.

Acordo para fornecimento de gás

A Rússia assinou um contrato de 30 anos para fornecer gás à China por meio de um novo gasoduto e vai liquidar as novas vendas de gás em euros, reforçando uma aliança energética com Pequim em meio aos laços tensos de Moscou com o Ocidente sobre a Ucrânia e outras questões.

O acordo de 30 anos foi assinado nesta sexta-feira (4) e prevê entregas de 10 bilhões de metros cúbicos de gás por ano à grande estatal chinesa de energia CNPC, disseram a empresa russa e um funcionário da indústria de Pequim.

Os primeiros fluxos através do gasoduto, que conectará a região do Extremo Oriente da Rússia ao nordeste da China, devem começar em dois a três anos. A Rússia já envia gás para a China por meio de seu gasoduto “Power of Siberia”, que começou a bombear suprimentos em 2019, e enviando gás natural liquefeito (GNL).

Desde o início, a Rússia já exportou 16,5 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás para a China em 2021. A rede “Power of Siberia” não está conectada a gasodutos que enviam gás para a Europa, que enfrentou aumentos nos preços do gás devido ao fornecimento apertado, um dos vários pontos de tensão com Moscou.

De acordo com os planos previamente elaborados, a Rússia pretendia fornecer à China 38 bcm de gás por gasoduto até 2025.

O novo acordo, que coincidiu com a visita do presidente russo Vladimir Putin aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, acrescentaria mais 10 bcm, aumentando as vendas de oleodutos russos sob contratos de longo prazo para a China. A Gazprom deu poucos detalhes sobre o acordo em seu anúncio.

*Com informações da Reuters

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