A Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU, na sigla local) anunciou nesta quarta-feira, 17, o boicote comercial à Copa do Mundo do Catar. Já classificada para o torneio, a Dinamarca não vai expor nenhum patrocínio em suas camisas, mas em seu lugar, irá estampar mensagens humanitárias em protesto às denúncias de direitos humanos no país sede.
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Em comunicado, a Federação fez longas críticas à organização do evento, bem como às infrações aos direitos humanos no país, e afirmou que usará sua participação no torneio para propor mudanças.
“Há muito tempo, a DBU critica fortemente a Copa do Mundo no Catar, mas agora estamos intensificando ainda mais nossos esforços e um diálogo crítico para aproveitarmos o fato de estarmos qualificados para trabalhar por mais mudanças no país. Além disso, há muito tempo chamamos a atenção para os desafios que a FIFA e o Catar enfrentam e continuaremos fazendo isso ”, disse Jakob Jensen, presidente da Federação dinamarquesa.
A decisão da Dinamarca é disputar a Copa do Catar somente com fins esportivos e não comerciais. Os patrocinadores da seleção cederam seus espaços nos uniformes em prol da manifestação. “É um sinal muito forte quando nossos parceiros também se engajam na luta por melhores condições no Catar. Os parceiros apoiam o futebol dinamarquês, a seleção masculina e a participação esportiva no Campeonato Europeu e na Copa do Mundo – não o anfitrião individual ”, explica o presidente.
Outras medidas foram adotadas pela Federação do país nórdico, que planeja limitar o número de funcionários que viajarão para a Copa do Mundo e conduzir continuamente a devida responsabilidade na escolha de hotel e outros serviços no Catar para garantir que os direitos trabalhistas aplicáveis sejam respeitados.
Desde que foi escolhido como país sede da Copa, em 2010, o Catar sofre com rejeição internacional devido ao histórico de infração aos direitos humanos, como o fato de a homossexualidade ser um crime previsto por lei. Outra série de denuncias aconteceram durante as obras para realização do evento. Em 2016, a Anistia Internacional (AI) divulgou um relatório acusando a Fifa, seus patrocinadores e as construtoras responsáveis pelas obras da Copa do Mundo do Catar, em 2022, de exploração massiva e indevida dos trabalhadores imigrantes que contribuem para a preparação do evento.
A Dinamarca foi uma das primeiras seleções a garantir vaga na próxima Copa do Mundo. Com nove vitórias em nove jogos, no grupo F, a seleção se classificou com vinte e sete pontos, quatro a mais que a segunda colocada Escócia.